sábado, 30 de julho de 2011

O que seus olhos veem


Hora passa

Passa voando

Você nem nota

Ao abrir a porta

Um mundo repleto

De escuro, revolta, ignoro

Essa nossa falta de esperança

Não vai ficar bem

Bem nada fica

Se continuar ai nessa Zorra Total

Sai de baixo dessas cobertas

Vai pra frente do espelho

Leia o que seus olhos veem

Veja no que se transforma

O ser ao abrir a porta.


Beatriz Magalhães

terça-feira, 12 de julho de 2011

Já deu o tempo de brincar


A tudo
há torto
Prédios envoltos
Elegantemente enraizados
na porcelana, fundidos
Todos fudendo com o veredito
dado
pelos que brincam
sem querer
acordar.
Brincam sem remendar
a nossa estrada
que
se averiguar
tende a ser curta
como fio tênue
da retina
que insiste
em está cega
para tudo que vê.
Porque há
um muro
construído
na frente.

Assim não pude mais brincar.
Só o concreto se vê lá.
Agora acabou a brincadeira.
Agora acordei.


Beatriz Magalhães

Boca

Minha boca
beija
tua boca
beija
outra boca
outrora
tua língua
lambe
minha língua
lambe
outra língua.


Beatriz Magalhães

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Então não diga nada.


Implausível. Eu admiro o ser que ouve. Escutar é tão ínfimo. Às vezes faz uma falta danada de alguém para ouvir você. As pessoas que te escutam é como se virassem e dessem vários socos no estômago, na mente, no ser. O melhor é ser entendido, em meio a essa confusão sonora, coisa a ser menos compreendida entre os reles mortais... ou até mesmo ignorada. Ignora a quem te ama, e eu cuspo na cara de quem pouco faz das minhas palavras.




B. M.

Mas quem não erra?
Ser onisciente de tudo, do mundo
Se sou ser inconstante, deixa eu ser assim
Pensante que apavora com o dizer
Que contradiz o eu ser
Que não agrada quem ama
Deixa eu gritar pra mim
Mesmo que erre e chore com querer
Arrepender de ter dito e feito
Feito rios que deságuam em uma casa
E desmorona na solidão.

Beatriz Magalhães