domingo, 28 de fevereiro de 2010

Platônico

Oh tempo tu me constranges
todos os dias por falar balelas
sobre esse que deixa-me
sem fôlego sem conservas.

Oh Platão, teu nome me persegues
Transtorna meus sonhos
Sonhando com medos mudos
E para não vê-los, faço preces.

Esse que ao mesmo me tira o sono
Sem ao menos ele saber que eu existo
Suspiro a noite serena e sonífera

Meus sentimentos guardo
Como um tesouro repleto de ouro
Só eu posso tê-lo, só eu posso estar sofrendo.

Bia M.

O rio

Encontrei Lisbela entre tantos olhares. Caminhando pude ver sua face, suas linhas de expressão. Seu cabelo ondulado, presilhinhas cor de rosa no cabelo, vestido esvoaçante com esferas amarelas que pareciam vários sois em um só mundo. Parada contemplava sozinha o seu rio, que de longe parecia passar lentamente, mas por dentro tinha uma força voraz que poderia carregar exorbitâncias. Perguntei-lhe porque olhava tão fixa para um rio que não continha nada. Virou-se e olhou para mim com os olhos tristes e cheios de lágrimas que escorriam sob seu rosto, e me disse estar se vendo. Ela se via feito o rio com toda força e voracidade, mas que estava levando o nada para se, esperando o nada acontecer.
Lisbela só vi novamente em uma foto no jornal dizendo: ”Menina encontrada no rio, levada pela correnteza, morre e deixa bilhete dizendo: Fui levada pelo nada.”

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

"Morri. Tô aqui do outro lado. O outro lado que todos dizem ser o céu. Céu? Não vejo nada. Só vejo lembranças. Como fui tolo. Perdi meu tempo tentando ganhar minha vida com uma coisa tão passageira, o maldito dinheiro. Sugou minha vida. Como seria ela se eu tivesse caminhado pelo mundo. Esse mundo. Aqui já não vejo o que fazer... só vejo lembranças, tão ruins que prefiro nem ver..."

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

O que será?

Ela não sabia o que era amor. E não sabia o que era paixão. Só sabia que sentia coisas esquisitas, palpitações no peito, transpiração nas mãos quando estava com a pessoa. Só não sabia se era amor ou paixão. Perguntou para alguém que já sabia, mas essa não soube explicar. Estava confusa e assustada ao mesmo tempo, já não sabia o que fazer. “Falarei com ele, dizer que o amo. Mas e se não for amor? E se acabar tudo, como será? Será que o amor continua ou simplesmente irá ser uma página virada na minha vida?” Ela se esqueceu por um tempo do assunto, mas quando viu a pessoa, sentiu tudo aquilo de novo e percebeu que se ele não a amasse como ela amava nada iria mudar porque ela ainda continuaria a amá-lo, mesmo que ela encontrasse outro amor em outros tempos, ela nunca iria esquecer o quanto amor ela sentia e que ele a fez feliz.